Uma poesia para o Gilson Duro

Gilson Duro apreciava uma cerveja gelada diariamente (Foto: Luciano Falador/Pamém Souza)
Olha que despropósito, este jornalista aventurando nas letras da poesia. Esta iniciativa partiu da construção de uma ideia cultural e saborosa, entre alguns amigos, o Sarau com Sabor, em São João Nepomuceno. Na última quinta-feira (16/06), a escrevi no balcão do Brasas Gastrobar, no nosso segundo encontro em homenagem a um amigo que passou a morar no céu.

Dia 16 de junho de 2016, a data da partida de Gilson Clementino da Silva, "o Gilson Duro", de 89 anos de idade para a morada do Senhor. Escrevi com o coração, uma pequena e simples lembrança para você.

GILSON DURO
POR MÁRCIO SABONES – 16/06/2016



Ficará para sempre,
A imagem do toureiro do carnaval,
No coração e na mente,
Gilson Duro e o seu: “- Feliz Natal”

Passou, passa e passará
A alegria e irreverência, ninguém esquecerá
Nove décadas de vida, sem luxúria
Sem heresia podia gritar: “- Aleluia!!!”

Vai com Deus amigo,
Pois sua missão foi cumprida,
Deixou um legado de alegria,
Pra carregarmos na vida.


Aqui, um espaço para lembrar desse ícone da alegria e do carnaval são-joanense. Confira o vídeo que produzi, quando ainda no Portal SJ Online registrei o carnaval do ano de 2014 em São João Nepomuceno (MG). Desfile do Bloco da Girafa, onde Gilson é símbolo, o toureiro e fundador.


Confira a matéria assinada por este jornalista no jornal Voz de S. João, edição nº 5462 de 18 de junho de 2016.



Gilson Duro morre aos 89 anos

A cidade de São João Nepomuceno amanheceu na última quinta-feira (16), com a triste notícia da morte de Gilson Clementino da Silva, o popular Gilson “Duro”, de 89 anos de idade. O idoso morava sozinho no bairro Santa Rita e estava adoentado com uma pneumonia. O socorrista do Pronto Atendimento Médico de São João Nepomuceno, Luciano Oliveira conversou com a nossa reportagem e disse que buscou Gilson em sua residência e informou que o mesmo estava muito fraco e com respiração fraca sendo encaminhado para o PAM, e morreu às 2h da madrugada.

Gilson nasceu em 12 de fevereiro de 1927, foi carroceiro por décadas e também carregador de bagagens da antiga Estação Ferroviária na cidade. Dono de jargões como: “Aleluia! Feliz Natal! E tá achando que sou nego bobo! Gilson sem dúvida foi uma figura folclórica, emblemática, única, e uma das pessoas mais conhecida e querida de São João Nepomuceno pela sua simpatia, alegria e simplicidade. Não se casou e nem teve filhos. 

Gilson, torcedor apaixonado do Botafogo e pelo carnaval. Foi um dos fundadores e símbolo do Bloco da Girafa, o mais antigo em atividades no carnaval da “garbosa”. Ele era o toureiro do Bloco da Girafa, que há 55 anos desfila no carnaval de São João Nepomuceno, e infelizmente, não teve a presença dele em 2016, depois de um acidente doméstico, na véspera do desfile do bloco. Gilson caiu e ficou hospitalizado, na ocasião.

O presidente do Bloco da Girafa, Luis Costa, “o carioca” falou a nossa reportagem da morte do Gilson Duro. “Hoje é um dia que a família Girafa e o carnaval de São João estão de luto. Pois perdemos a personificação da alegria, do cara que nos ensinava o verdadeiro sentido da folia. As crianças, assim como nós que ficávamos na rua para ver a Girafa, e esperávamos ansiosos, o toureiro Gilson Duro. Uma grande perda para o folião do bem, uma lenda que jamais será esquecida e que sempre teve seu nome lembrado em nossas marchinhas. Que Deus dê força a família Clementino e possa receber o nosso amigo no céu. Sei que agora, o nosso toureiro estará de lá, tomando conta de nosso bloco e de nosso carnaval. Triste por ele partir, mas feliz de saber que cumpriu sua missão aqui com a gente, o nosso eterno toureiro”.



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