"PARTICIPAR DE UM REALLITY SHOW"

Não fui um dos participantes do reallity show da Rádio Difusora”Desafio na Colina” que aconteceu no último mês de outubro em Nepopó City, mas fui convidado e aceitei ser o apresentador/âncora. De início, confesso que fiquei inseguro sobre o evento, pois tratava de um perfil inédito deste tipo de programa.

Conhecemos os formatos da Rede Globo, Rede Record e SBT que respectivamente apresentaram na TV o BBB / No Limite, A fazenda e a Casa dos Artistas. Trata de algumas pessoas selecionadas pela produção - ficando confinadas em um determinado espaço e tempo.

A frente desta rádio, o casal Isaias Sporch de Freitas e Dulcinéia, os corajosos de cometer essa loucura, dito por todos - e mais maluca ainda a diretora do evento, a filha mais nova do casal, Gabrielle Detoni de Freitas. Pra completar essa doideira, nada mais, nada menos do que eu (risos), Sr Márcio Sabones e Luis Carlos Dutra (dois lunáticos..rsrs). No primeiro parágrafo citei minha insegurança, mas... a curiosidade e oportunidade de participar de algo inusitado fez com que eu aceitasse subir nessa “canoa que não estava furada”.

Durante os 23 dias de confinamento, na posição de produção, as coisas eram mais fáceis. Tinha acesso a TV, internet, rádio, almoço, janta, café da manhã e da tarde, cervejinha nas horas vagas, contato com o mundo e aos fins de semana minha mãe e minha filha Mylena fizeram visitas juntamente com minha tia Marta e prima Bebel, excelente renovador de energias, porque as saudades são grandes.

A cada dia um novo aprendizado, não se tratava somente de apresentar um programa de rádio, mas uma liçao de vida. Quando a produção da Difusora escolheu os 16 participantes do desafio, ela reduziu a sociedade nessas pessoas. Ali, representavam os artistas, donas de casa, servidores públicos, pais, mães, filhos, avós, netos, ou seja...tudo.

Eles tinham de racionar comida (: arroz, macarrão, batata, mandioca...meu Deus!...e peixe – a pesca era permitida) , água, produtos de limpeza(sabão) e higiene (sabontete, pasta de dentes, shampoo e desodorante). Mais do que nunca, o difícil era aceitar a decisão da maioria (encurralamento , votação e eliminação) e correr riscos por todos os instantes (provas, casinha da verdade e comentários no ar).

Aprendi que não adianta querer ser o mais forte ou o mais inteligente, é necessário ser equilibrado, tranquilo e saber decidir e liderar. O jogo da Colina que pode ser passado para o jogo da vida é uma escola que nem todos tiram diplomas, mas que com certeza sentem na pele uma decisão errada e equivocada.

Pode não parecer, mas somos assistidos a todo instante, seja pela família, os amigos, desconhecidos e até mesmo por si próprio. Quem nunca fez algo e depois pensou: - Isso foi errado! Acontece, mas na Colina, quando isso acontecia era fatal – era arrumar as malinhas e voltar pra casa. Até a grande final do dia 31 de outubro de 2009, “esbarramos” em pessoas carinhosas, carentes, agitadas, calmas, inteligentes, tolas, narcisistas, humildes, tímidos, comunicativas, líderes, manipuladoras, jogadoras, perdidas, brincalhonas, românticas e até mesmo emotivas. O mais importante foi a mudança de comportamento positivo para todos.

Lá dentro, encontrei com alguém comum: o sonhador. “O homem que pára de sonhar, pára de viver.” Acredito que todo o tempo em que passamos por lá, foi um momento para reflexão da vida, voltar a primeira página do livro de nossa existência e reler. Eu, particularmente li capítulos felizes e tristes, comecei a observar que as vezes em nossas vidas devemos parar por um instante e rever nossos conceitos.

Observei o quanto eu precisava ir à Colina, não pelo dinheiro e sim colocar em ordem algumas coisas que o trabalho, o estudo não permitem que façamos - nem mesmo a hora do almoço, porque é o momento de comer e tirar aquele cochilo de meia hora.

Aprendi que todos os dias podemos estar num encurralamento, mas o que puder fazer para evitá-lo...(risosss)...com certeza farei.

A você amigo leitor, obrigado por nos acompanhar e dar a oportunidade de um papo tão gostoso nesse espaço.

Bom dia!

Márcio Sabones – 14/11/09

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