Outra greve, é sempre mais uma

A partir de hoje, quarta feira (14), professores da rede estadual e municipal de ensino fazem paralisação de três dias, em forma de greve em Juiz de Fora. Um transtorno para a comunidade.
O motivo da greve dos professores é de que um reajuste do piso salarial de 22,22% deveria ser efetuado em seus contra cheques; e somente um acordo em 4% foi encaminhado para a classe. Resultado disso é a pausa de mestres, deixando milhares de alunos sem aulas. Não quero “tapar o Sol com a peneira”, mas devo colocar o dedo na ferida e perguntar: “- Por que a greve seria a única maneira de mudar esta situação? Se o piso salarial deve ser reajustado? Por que não foi? Será que alguém esqueceu ou quis esquecer? Um país que se diz em fase de desenvolvimento e uma das economias que mais se destaca no mundo, não consegue resolver problemas caseiros? O governo não deveria ter bom senso e repassar automaticamente este valor para os professores que resolveria o assunto e evitaria as tais greves que presenciamos com frequência nos noticiários em nosso país?” Pra quê adiantar se podemos atrasar? Esta frase deveria substituir o lema da bandeira nacional que cada vez mais está sem ordem e o progresso passa longe. O que testemunhamos são profissionais formados e qualificados sem seu devido valor. Não é uma greve que vai mudar isso. Isso só piora. Com o transtorno deste movimento, o risco de alunos e comunidade ficarem insatisfeitos é grande. Eles perdem tempo, ficam atrasados e em alguns casos entram o mês de janeiro em aula. Muitos pais contam com a permanência de seus filhos na escola para trabalhar. Como fica isso? Os pais fazem greve também? Nas eleições os candidatos falam em educação como se dessem o devido respeito a ela e o que assistimos são ações radicais de paralisações de escolas e universidades. Alunos de cursos superiores perdem períodos e atrasam suas formaturas e oportunidades de entrar no meio profissional. Professores perdem o fôlego e começam a cair de rendimento por cansaço e desmotivação. Cadê os grandes políticos deste país? Temos um histórico de anos de greve em escolas e o resultado é o mesmo, um troco a mais no salário, recomeço de aula com prazo de validade para mais um ou dois anos. Será que de grão em grão a galinha enche o papo? Acho que não né! Num Brasil que a greve é preciso e o Oba! Oba! faz a festa com preparação de estádios bilionários para a Copa do Mundo de 2014 e instalações para as Olimpíadas de 2016, fica difícil entender ao ver profissionais que educam nossos filhos, batem um bolão e ter o passe desvalorizado. A educação é a base de um país. A nossa está entre as 100 melhores do mundo, perto da 70ª. Aqui nas terras tupiniquins a maior preocupação é um oitavo lugar de nossa seleção de futebol no ranking da FIFA. Não! Já passou a hora da classe dos professores ser valorizada como merece. Chega de greves! Porque como tudo neste país, parece até uma brincadeira e uma folguinha para enforcar a semana de verão. Primeiro deve ser definido o valor da profissão, reconhecida por governantes, afinal de contas, professores merecem o primeiro pedaço do bolo.

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