Uma paraibana que ama a cidade e o santo São João Nepomuceno




Maria do Carmo Sobreira, paraibana que casou com um são-joanense e ficou encantada com essa terra e a história do padroeiro (Foto: arquivo)
Uma história que começa na Paraíba, na capital João Pessoa. Lá nasceu Maria do Carmo Sobreira, numa família simples e com vizinhos que amavam a leitura. Com isso, desde pequena iniciou leituras em gibis, livros infantis, assim como os seus pais e irmãos. Questionamos sobre o amor à leitura e a resposta veio imediata. “Gosto de usar a frase de Monteiro Lobato. – Quem não lê, mal fala, mal ouve e mal vê”, citou.

Imagem do santo São João Nepomuceno


Desta forma, a entrevista teve início o Maria do Carmo com os seus um metro e cinquenta de altura e apoio com a inseparável muleta começou a falar de seu amor por São João Nepomuceno, santo e cidade. “Ao conhecer o município em 1986, através do meu marido Tulio José Bambino, filho de Bruno Bambino, um dos primeiros jornalistas desta cidade e Dinart Bambino fiquei encantada com o verde e as montanhas de Minas, nascida em João Pessoa (PB), cidade mais arborizada do Brasil, sou deslumbrada com a natureza, e em São João ela é exuberante. Como não me apaixonar pelas ruas com calçamento pé de moleque, pelas estradas de barro e pela estação rodoviária. São tantos itens que merecem um capítulo à parte. Por aqui fui apresentada a várias pessoas, o que mais admiro onde quer que eu passe,  são os seres humanos, com sua complexidade; cada um é um mundo que merece respeito e como diz Exupéry, “- só se ama aquilo que conhecemos”. Sendo católica praticante quis conhecer a oração do Padroeiro da cidade: não havia, daí solicitei ao Pe. Márcio que com sua inspiração sacerdotal compusesse uma, no que fomos atendidos e mandamos imprimir, li a história de sua vida e passei,  sem falsa modéstia, a ser devota fervorosa. Quis uma imagem simples de gesso, como orienta a Santa Igreja, não para adorar mas sim para venerar, é como se fosse os retratos de meus familiares que trago na carteira, sempre que os admiro fico emocionada. No Rio de Janeiro, onde vivemos atualmente solicitamos ao escultor uma peça piloto conforme a foto tirada na imagem da Matriz em SJN, com a orientação do Pe. Gaio Martinho, ela foi feita,  doamos a forma e algumas imagens para a Igreja Matriz, fico contente, em cada Capela que entro em SJN deparo-me com uma delas”. 
ASSISTA O BATE PAPO COM MARIA DO CARMO SOBREIRA:

O amor ao santo é tanto que no ano de 2003, Maria do Carmo escreveu o livro sobre - A VIDA DE SÃO JOÃO NEPOMUCENO. Além disso, a pesquisadora junto à Prefeitura na época promoveu uma Exposição Iconográfica do padroeiro que foi doada ao Museu da cidade. 

Anos depois, a paraibana esteve no projeto em que foi solicitado pela Câmara Municipal, na época pelo vereador Ricardo Itaborahy Soares, o envio de uma documentação para a cidade de Nepomuk, na Rep. Tcheca, terra onde nasceu Juan Nepomuk, o santo padroeiro da cidade Garbosa para o reconhecimento do Tratado de Irmanação entre as cidades, vindo acontecer no dia 16 de maio de 2016, em visita do Embaixador da Rep. Tcheca no Brasil, Jiri Havlik e sua esposa em nossa cidade. 

ASSISTA DOCUMENTÁRIO IRMANAÇÃO ENTRE AS CIDADES SJN - NEPOMUK:
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Um momento histórico no qual Maria do Carmo participou. “Foi muito emocionante o que aconteceu. Um sonho realizado. Graças ao envolvimento e a visita do pesquisador e colunista deste jornal, o sr. Luiz Antônio Fajardo Pontes, ao vereador Francisco Baptista que retomou o pedido e a Prefeitura por conceder estadia e promover diversos eventos para recepcionar o embaixador. Luiz Antônio foi fundamental para que o processo acontecesse. Ele esteve em Nepomuk e com maestria soube conduzir e tomar a frente dos acontecimentos. Você não imagina a emoção de ver a irmanação entre nossa São João Nepomuceno e Nepomuk e poder estar presente ao evento na Câmara Municipal”.

A prima Ananete e Maria do Carmo Sobreira no Empório
Atualmente, a pesquisadora dedica atenção ao distrito de Roça Grande no último domingo de cada mês, a realização do Empório de Livros Santa Bárbara, na igreja daquela localidade. São milhares de exemplares nos diversos estilos e temas, vendidos, trocados e até doados para as pessoas a preços de R$ 1 a R$ 5.

“O nosso objetivo é de levar e dar oportunidade de leitura a todas as pessoas. Assim como aconteceu comigo, a leitura abre um caminho para o desenvolvimento pessoal e da alma. Estamos para começar um empório no bairro São José, no Centro Comunitário. E quem sabe avançar ainda mais, pois já levamos o empório para o centro de São João em eventos culturais, Rochedo de Minas, etc”, disse a entrevistada que encerrou com uma explicação sobre o amor à São João Nepomuceno. “Acredito que a definição Amor seja incompleta, não tem explicação, você gosta por que? Pelas qualidades? Suscintamente a minha devoção a SJN vem do amor ao pai, filho e ao Espírito Santo, a Nossa Senhora, anjos e santos, por acreditar na intercessão e na beleza de suas trajetórias de vida. São João Nepomuceno amou a verdade, a verdade da palavra e da conduta de vida respectiva”, finalizou.

Por Márcio Sabones
(Matéria especial assinada por este jornalista no Jornal Voz de S. João,
edição nº 5494 de 28 de janeiro a 3 de fevereiro de 2017)
Fotos: Arquivo pessoal

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